história

de lafões

A Região de Lafões é um território do centro de Portugal, situado na região hidrográfica do Rio Vouga.

O chamado Monte Lafão que, a bem dizer, constitui dois cabeços proeminentes, sobre um dos quais assenta, altaneira, a linda ermida da Senhora do Castelo, que já um visitante ilustre, com fina sensibilidade de artista, comparou à «arca bíblica, por ali poisada, ao descer das águas».
Muito propositadamente fazemos referência a esta particularidade, pelo que ela tem de importância para o nosso caso:
foram estes dois cabeços, com efeito, que deram o nome à região, sobre cuja estimologia tantas e tão fantasiosas conjecturas abordaram antigos cronistas, e todos aqueles que grosseiramente a eles recorreram, sem qualquer espírito crítico.
Passamos portanto a dizer o que sabemos sobre este ponto. Etimologia da palavra «Lafões». — Fr. Bernardo de Brito, aquele célebre e erudito frade bernardo que tantas patranhas inventou sobre a história pátria, diz na sua Monarquia Lusitana (tom. II) que a palavra Alafões deriva do nome do mouro Alahum, que outros mudam em Alafum, o qual governava Viseu, quando esta cidade foi conquistada por Fernando Magno, em 1057 ou 1058.
O valoroso alcaide mourisco, depois de encarniçada resistência, entrega-se e faz-se cristão, sendo tratado com todas as honras pelo vencedor, que lhe deixa o domínio das terras que mais tarde haviam de formar o concelho de Alafões, designação que assim ficou derivando do nome do seu novo possuidor.
Fr. Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, outro frade que com mais sciência e consciência escreveu sobre o assunto no seu valioso Elucidário (sub vb. Alahoveinis), procura desfazer essa lenda, baseando-se numa escritura de doação datada do ano de 865, çm que se faz referência ao Mosteiro de S. Cristóvão de Alafões, por onde se concluiu que já no século IX se conhecia por este nome a região onde assentava o referido Mosteiro.

Qual, então, a verdadeira origem da palavra?

E ao insigne arabista e ilustre professor da Faculdade de Letras de Lisboa, Sr. Dr. David Lopes, que devemos a resolução deste problema, que a muitos se afiguraria insolúvel.
O nome Alafões, de que nos documentos mediévicos se encontram tantas variantes — Alahoveinis, Alahobeines, Alafouenes, Alahoem, Alaphoen — deriva, segundo o autor citado, de uma palavra árabe que significa «os dois irmãos», qualificativo dado a dois castelos fronteiros situados perto de Viseu.
E quais eram esses castelos? Seria qualquer coisa de semelhante às torres de Vilarigues, Cambra e Alcofra que ainda se conservam na nossa região, apesar de danificadas, e a que o povo impropriamente dá o nome de castelos?
Nada disso. Castelo, diminutivo de castro, designa no nosso onomástico pequenos redutos ou mesmo povoações fortificadas por linhas de muralhas ou pelos próprios acidentes naturais, redutos geralmente situados nos pontos mais elevados, onde habitavam ou se recolhiam para a defesa os nossos antepassados pre-históricos, e onde continuaram mesmo vivendo, em muitos casos, depois da conquista romana.
Sobre os dois cabeços proeminentes aos quais no nosso caso se atribui essa designação, e que são bem evidentes na Carta Corográfica, ficavam dois desses redutos ou fortalezas.
Com efeito, no monte Lafão (601 m.) são ainda evidentes os vestígios de muralhas, e no seu parceiro, o da Senhora do Castelo (538 m.), além dum resto de patamar conhecido entre o povo pelo nome de estrada dos mouros, há ainda, junto do santuário, duas ou mais sepulturas cavadas em rocha viva com a forma do corpo humano, e montes de pequenas pedras que certamente serviram para a defesa, como armas de arremesso; Foi a estes dois píncaros que os Árabes deram o nome de «os dois irmãos», por ficarem assim juntos e muito salientes, como se impõe a quem os examina do lado de S. Pedro do Sul e, mais particularmente, de Fataúnços.
Alafões se ficou chamando, por isso, a região que esses píncaros dominam com uma imponência que impressiona quantos visitam estas paragens, que estrangeiros dizem não ficarem a dever nada aos melhores recantos da afamada Suíça.
Adaptado de: ANTIGUIDADES PRÉ – HISTÓRICAS DE LAFÕES – A . DE AMORIM GIRÃO

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As Termas de S. Pedro do Sul são a principal estância termal de Portugal e uma das maiores da Península Ibérica. Abertas durante todo o ano, dispõem de dois balneários termais que dão resposta a diferentes valências: termalismo terapêutico, fisioterapia e bem-estar termal.

PERSONALIDADES DE LAFÕES

Temos e tivemos tanta gente que teve grande importância…

Vamos conhecer algumas dessas personalidades!